Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém

Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém

A frase “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém” é encontrada nas cartas do apóstolo Paulo aos coríntios, especificamente em 1 Coríntios 6:12. Neste versículo, Paulo fala sobre a liberdade cristã e os limites dessa liberdade.

Ele ensina que, embora os cristãos tenham liberdade em Cristo, essa liberdade deve ser exercida com responsabilidade, levando em consideração os efeitos de nossas ações sobre nós mesmos e sobre os outros.

1. O contexto de 1 Coríntios 6:12

A frase “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém” aparece em um contexto onde Paulo está respondendo a questões que surgiram na igreja de Corinto sobre a liberdade cristã. Os cristãos de Corinto estavam vivendo em uma cultura permissiva, onde muitos comportamentos imorais eram aceitos e até incentivados. Alguns crentes haviam interpretado erroneamente a liberdade em Cristo como uma licença para fazer o que quisessem.

Paulo, então, faz uma distinção importante entre o que é lícito — isto é, o que é permitido — e o que é conveniente ou benéfico. Ele nos lembra que nem todas as coisas que temos liberdade para fazer são boas para nós, e nem todas elas são benéficas para os outros. Ele nos chama a considerar as consequências de nossas ações, não apenas com base na lei, mas também em relação ao nosso crescimento espiritual e ao bem-estar da comunidade.

2. A liberdade cristã e seus limites

A liberdade é um conceito central no cristianismo. Em Cristo, somos libertos da escravidão do pecado e da condenação da Lei. No entanto, essa liberdade não é uma licença para viver de forma egoísta ou irresponsável. Paulo explica que a liberdade cristã deve ser guiada pelo amor a Deus e ao próximo, e que devemos nos submeter ao Espírito Santo, que nos guia em sabedoria e santidade.

Paulo afirma que os crentes podem ser livres em Cristo, mas essa liberdade deve ser exercida com discernimento. Nem todas as coisas que são permitidas são boas para nossa alma ou para nossa comunidade. Por exemplo, embora os cristãos de Corinto estivessem insistindo em sua liberdade para participar de certos comportamentos culturais, Paulo os alerta de que esses comportamentos poderiam prejudicar sua caminhada com Deus e causar problemas para outros crentes.

Ele nos ensina que o verdadeiro uso da liberdade é viver para agradar a Deus e edificar o próximo. Portanto, a liberdade cristã tem limites — limites que são definidos pelo amor, pela santidade e pelo cuidado com os outros.

3. O princípio da edificação mútua

Em 1 Coríntios 10:23, Paulo repete a frase: “Tudo me é lícito, mas nem tudo edifica.” Isso nos mostra que uma das considerações mais importantes ao exercer nossa liberdade é se nossas ações edificam — ou seja, se constroem — a nós mesmos e aos outros.

Paulo desafia os cristãos a pensarem não apenas no que é permitido, mas no que é benéfico e construtivo para a comunidade de fé. A verdadeira liberdade em Cristo nos chama a fazer escolhas que promovam o crescimento espiritual, a paz e a edificação dos outros. Portanto, a pergunta não é apenas: “Posso fazer isso?”, mas também: “Isso será útil para mim espiritualmente? Isso ajudará ou prejudicará os outros?”

Esse princípio de edificação mútua também está ligado ao conceito de amor ao próximo. Paulo ensina que nossa liberdade deve sempre ser temperada pelo amor. Se algo que temos liberdade para fazer prejudica outro irmão na fé, devemos estar dispostos a abrir mão de nossa liberdade por amor a essa pessoa.

4. A escravidão do pecado versus a liberdade em Cristo

Paulo também aborda o perigo de que a liberdade mal exercida possa levar à escravidão do pecado. Embora possamos ser livres para fazer algo, se nos deixarmos ser controlados por aquilo — seja por desejos, comportamentos ou hábitos —, estamos de fato voltando à escravidão. Em 1 Coríntios 6:12, Paulo diz: “Tudo me é lícito, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas.”

Aqui, ele alerta sobre os perigos da liberdade mal usada. Algumas escolhas podem parecer inofensivas ou até justificáveis, mas podem acabar nos dominando e nos afastando de Deus. A verdadeira liberdade em Cristo não significa fazer tudo o que queremos, mas viver de uma maneira que nos liberta do domínio do pecado e nos aproxima de Deus.

Portanto, Paulo nos ensina a ser vigilantes e a avaliar continuamente se nossas escolhas estão nos edificando ou nos levando à escravidão de comportamentos destrutivos.

5. Como discernir o que convém

Discernir o que convém envolve examinar se nossas ações estão em linha com os valores do reino de Deus. Perguntas como: “Isso glorifica a Deus?”, “Isso edifica os outros?” e “Isso me aproxima de Cristo?” são guias práticos para ajudar os crentes a tomar decisões responsáveis em sua liberdade.

A chave para discernir o que convém é buscar a orientação do Espírito Santo. Paulo nos ensina que o Espírito Santo nos guia em toda a verdade e nos capacita a viver de acordo com a vontade de Deus. Quando estamos cheios do Espírito, Ele nos ajuda a discernir o que é melhor, não apenas o que é permitido.

Além disso, o estudo das Escrituras e a oração são ferramentas essenciais para desenvolver esse discernimento. Ao nos encher da Palavra de Deus, aprendemos a reconhecer o que é bom, agradável e perfeito aos olhos de Deus (Romanos 12:2).

6. A relevância de “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém” para os cristãos hoje

A mensagem de Paulo continua a ser extremamente relevante para os cristãos de hoje. Vivemos em um mundo onde a liberdade pessoal é muitas vezes mal interpretada como uma licença para fazer o que quisermos. No entanto, Paulo nos lembra que a verdadeira liberdade vem com responsabilidade.

Como cristãos, somos chamados a viver de maneira que glorifique a Deus e edifique os outros. Isso significa que, embora possamos ter liberdade em muitas áreas, nem tudo nos convém. Devemos sempre perguntar se nossas escolhas estão nos ajudando a crescer espiritualmente e a promover o bem-estar daqueles ao nosso redor.

A mensagem de Paulo também nos desafia a considerar as consequências de nossas ações a longo prazo. Ele nos chama a viver com discernimento, escolhendo o que é bom e edificante, em vez de simplesmente seguir o que é permitido.

Reflexão sobre a liberdade cristã e a responsabilidade

A liberdade cristã é um presente maravilhoso, mas também vem com uma grande responsabilidade. Que possamos usar nossa liberdade com sabedoria, buscando sempre glorificar a Deus e edificar nossos irmãos e irmãs na fé.

Referências Bíblicas

A frase “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém” é encontrada em contextos de liberdade e responsabilidade cristã. A seguir, algumas passagens mencionadas neste artigo são comentadas:

1 Coríntios 6:12: Paulo ensina sobre a liberdade cristã e os limites dessa liberdade, apontando que nem tudo o que é permitido é benéfico.

1 Coríntios 10:23: Paulo repete a frase, destacando que nem tudo edifica, reforçando o princípio da edificação mútua.

Romanos 12:2: Paulo exorta os crentes a discernirem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, vivendo de forma transformada.

Perguntas e Respostas: Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém

1. O que significa “Tudo me é lícito”?
Significa que, em Cristo, temos liberdade, mas essa liberdade deve ser exercida com responsabilidade.

2. O que Paulo quer dizer com “nem tudo me convém”?
Paulo está ensinando que nem tudo o que podemos fazer é benéfico para nossa vida espiritual ou para os outros.

3. Como discernir o que convém?
Discernir o que convém envolve avaliar se nossas ações glorificam a Deus, edificam os outros e nos aproximam de Cristo.

4. Qual é a relação entre liberdade e responsabilidade?
Nossa liberdade em Cristo vem com a responsabilidade de usar essa liberdade de forma que promova o bem e o crescimento espiritual.

5. O que significa ser dominado por algo?
Ser dominado por algo significa que perdemos o controle sobre nossas escolhas e nos tornamos escravos de comportamentos ou hábitos.

6. Como a liberdade cristã pode levar à escravidão?
Se não exercemos nossa liberdade com discernimento, podemos acabar sendo dominados por comportamentos que nos afastam de Deus.

7. O que é edificação mútua?
Edificação mútua é o princípio de fazer escolhas que promovam o crescimento espiritual tanto para nós quanto para os outros.

8. Como essa passagem é relevante hoje?
Ela nos ensina a usar nossa liberdade com responsabilidade, buscando o que é benéfico e edificante em vez de simplesmente seguir o que é permitido.

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